Tempo da Criação
Nas últimas décadas, vários segmentos da sociedade têm demonstrado preocupação com a questão AMBIENTAL, especialmente os cientistas. Dentre outros, as Conferências do Clima que aconteceram no Brasil atestam esta perspectiva como a COP 92 e 20 anos após, em 2012, a Rio mais 20.
Na Conferência dos Bispos da América Latina e Caribe, realizada em Aparecida, 2006, o então cardeal de Buenos Aires, atual Papa Francisco, ficou impressionado com a preocupação dos bispos brasileiros com a questão da Amazônia, coma preservação da biodiversidade e com os povos que lá viviam.
Em 2015 foi lançada a Carta Encíclica Laudato Si, alguns meses antes do Encontro com lideranças mundiais sobre o Clima na França, na esperança de que sensibilizados, os representantes dos 168 países se comprometessem em reduzir o aquecimento global. Todos assinaram o termo de compromisso, porém não realizaram ações eficazes o suficiente para alcançar tal objetivo.
Desde então tem sido intensificada a atenção para este tema. Na Igreja, a “Frateli Tutti” e a Querida Amazônia, 2020, reforçam o apelo do Papa Francisco. Outra proposta é a Plataforma de Ação Laudato Si, uma iniciativa do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano e Integral. Um departamento do Vaticano que ajuda lideranças e membros da Igreja a promover o desenvolvimento humano integral e o cuidado da nossa casa comum.
Assim a PALS é inspirada pela visão ecológica integral da Laudato Si. Tem por objetivo capacitar as comunidades, instituições e grupos a tornarem-se a mudança que querem ver no mundo. Aqui no Brasil, através da CRB tem acompanhado, especialmente as comunidades religiosas, contribuindo em uma melhor sistematização das atividades desenvolvidas pelas Congregações.
No período de 1° de setembro até 4 de outubro, em uma ação conjunta com outras igrejas, Papa Francisco estabeleceu o tempo da criação como um tempo especial. O tema que ilumina este período de 2024 é “As primícias da esperança”, esperançar e agir com a Criação, inspirado na Carta aos Romanos (8,19-25). “Os tempos em que vivemos mostram que não nos relacionamos com a Terra como um presente do nosso Criador, mas como um recurso a ser utilizado”, “A Criação sofre” devido ao nosso egoísmo e ações insustentáveis que a prejudicam, mas “nos ensina que a esperança está presente na espera, na expectativa de um futuro melhor”.
Várias organizações somam-se a proposta de Papa Francisco, dentre elas a JPIC-Justiça, Paz e integridade da Criação que juntamente com a Plataforma de Ação Laudato Si, no site da CRB Nacional divulga as atividades de cuidado da casa comum realizadas pelas Congregações. A COP 30, que será realizada em Belém, no próximo ano e a Campanha da Fraternidade de 2025, que aborda este tema, serão um bom contributo nesta reflexão e desafio de ações nesta rede de cuidado da Criação. Conheça, participe, cuide!
Ir. Cláudia Chesini – CSC
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