Reflexão do Mês: Setembro

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PAULO, O APÓSTOLO DA ESPERANÇA

 

Na Carta aos Romanos, tema deste mês da Bíblia para todo o Brasil, Paulo, no anúncio do Evangelho inicia sua reflexão referendando Abraão e Sara como os pais da fé pois creram na promessa de Deus. Eles existiram antes da Lei e mesmo antes da circuncisão, por isso destaca a promessa da descendência que na vida, une fé e esperança.

Mais adiante, no capítulo 5, Paulo apresenta a salvação sob a ótica da reconciliação e retoma a palavra esperança. Ele faz uma ligação entre quatro palavras “tribulação” que produz “perseverança” que gera “experiência” que leva à “esperança”.

Daí provem o versículo “a esperança não decepciona”, (5,5) porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”. Para Paulo somos salvos em esperança na plena manifestação da glória dos filhos de Deus. Viver em esperança é manter sempre a perseverança, cientes de que a salvação já foi alcançada pelo Cristo.

“Tudo o que outrora foi escrito, foi escrito para nossa instrução para que sejamos firmes na esperança” No final do capítulo 15 Paulo diz: “Que o Deus da esperança vos encha de toda alegria e paz em vossa fé. Assim, vossa esperança abundará pelo poder do Espírito Santo .”

Paulo também afirma que somos salvos em esperança e explica que isso não significa que vivemos na esperança de sermos salvos, mas na esperança da plena manifestação da glória dos filhos e Deus. Ele dignifica a relação do Ser Humano com o Criador; como que envolvendo-o com Deus, ou seja, o Ser Humano é plenamente envolvido com e pela graça de Deus para mostrar a ciência de que a salvação já foi alcançada pelo Cristo.

No capítulo 15 Paulo exorta visando a vida em comunidade, na qual é preciso não julgar os cristãos pelas suas fraquezas, mas acolhendo-os fraternalmente onde cada um e todos procuram contribuir para a edificação da comunidade. “ Tudo foi escrito para a nossa instrução a fim de sermos firmes na esperança, (15,4). A parte exortativa da carta é fechada, dizendo: “que o Deus da esperança vos encha de toda alegria e paz em vossa fé, 13.

Paulo percebe que o caminho para Deus Pai já não era mais a prática da Lei, mas o da Fé no Senhor Jesus Cristo. Ele, na sua reflexão teológica encontra na palavra “graça” a chave da compreensão desse novo caminho para chegar a Deus. Tudo o que vem de Deus é gratuito. Tudo é “graça”. A compreensão de que tudo o que vem de Deus é “graça” e anunciar o Evangelho da Salvação às nações, fecunda o serviço missionário de Paulo. Ele também apresenta a Salvação a partir da libertação do pecado e da Lei. A questão é que o pecado habita o corpo do Ser Humano. A resposta de Paulo é que o Ser Humano tem que deixar de dar hospedagem em seu corpo ao pecado a fim de que nele habite o Espírito Santo (8,9).

Diz santo Agostinho: “Sem a graça o Ser Humano é incapaz de alcançar a Salvação” Todas as pessoas são chamadas por Deus para a Salvação em Cristo. Somos justificados somente por Cristo ao recebermos a Salvação na fé. Ao se referir às obras, Paulo considera a lei do Espírito pois estas surgem da fé e são obras da graça de Deus que age no coração de quem se encontra com Jesus Cristo na edificação da comunidade. Por causa do pecado que enfraquece ou rompe a relação entre Deus e o Ser Humano, a realidade da justificação é inserida no relacionamento entre Deus e a humanidade, sendo que Deus justifica a pessoa por restabelecer com ela uma relação justa de forma total e gratuita.

Segundo Paulo, Deus nos torna justos porque é benevolente e misericordioso e convida os romanos a olharem para o presente e o horizonte futuro com esperança porque Deus os chama a viverem em comunhão com Ele.

Paulo sempre permaneceu fiel, porque “o amor de Deus foi derramado em nossos corações” (5,5). E é precisamente nos momentos de tribulação e grandes sofrimentos que a esperança não decepciona, porque mediante o Espírito Santo, é fortalecida e se torna firme a convicção de que o amor de Deus é inabalável e permanente. Portanto, a esperança depositada no amor divino, livre, gratuito e infinito, nos permite viver com fidelidade.

Frei João Renato Puhl.  OFM

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