Mês Vocacional 2025: Peregrinos porque chamados – A esperança não decepciona (Rm 5,5)
A cada ano, a Igreja no Brasil vive com renovado fervor o mês de agosto como tempo de oração, reflexão e compromisso com as vocações. Neste ano, o tema “Peregrinos porque chamados” e o lema “A esperança não decepciona” (Rm 5,5) nos colocam em profunda sintonia com o espírito sinodal que tem animado a vida da Igreja e nos ajudam a compreender a vocação como um caminho dinâmico, vivido em comunhão, escuta e serviço.
Somos todos peregrinos nesta terra, mas não vagamos ao acaso. Somos chamados a descobrir, assumir e viver a vocação como resposta a um amor que nos antecede. A vocação, mais do que uma função ou um cargo, é um modo de ser, de se doar, de amar e de servir, em coerência com o projeto de Deus para o mundo.
Neste tempo, somos convidados a renovar o ardor missionário e a reconhecer que todas as vocações laical, sacerdotal, consagrada, matrimonial ou missionária – são dons para a Igreja e expressões diferentes de um mesmo seguimento de Jesus Cristo, o Bom Pastor que chama pelo nome e caminha ao lado.
O lema “A esperança não decepciona” ressoa como uma profecia corajosa em meio aos desafios do tempo presente. Vivemos em uma sociedade marcada por desilusões, rupturas e cansaço. No entanto, a vocação cristã é sempre uma resposta de esperança, pois nasce do encontro com Cristo e se nutre da certeza de que o Espírito Santo continua a agir no mundo e na história.
Esse horizonte ganha ainda mais força no trabalho com as juventudes. Os jovens, com suas buscas, inquietações e sede de sentido, são terra fecunda para o anúncio vocacional. Mais do que oferecer respostas prontas, é preciso caminhar com eles, escutar, propor e confiar. A vocação precisa ser anunciada com linguagem encarnada, com testemunhos vivos e com comunidades que inspirem e acolham. O jovem deseja autenticidade, protagonismo e sentido. E a Igreja é chamada a ser espaço onde cada um possa descobrir que sua vida é única e valiosa, e que há um lugar para ele na construção do Reino.
Como dizia São Luís Orione: “Os jovens são o sol ou a tempestade do amanhã. Depende de como os formamos.” Neste mês vocacional, renovamos nosso compromisso com a formação vocacional integral, com o acompanhamento próximo e com o cultivo de uma verdadeira cultura vocacional, onde todos se reconheçam corresponsáveis.
Que este tempo de graça nos ajude a reacender a paixão vocacional, a testemunhar com alegria o chamado que recebemos e a semear, com confiança, esperança e coragem, as vocações que o Senhor continua a suscitar em sua Igreja.
Ir. Maristela Ganassini, Filha do Sagrado Coração de Jesus